25.3.10

história de uma vida;

«Parecia ser um plano perfeito, ate ter começado a pensar em tudo o que poderia correr mal. Ao inicio parece sempre tudo perfeito, mas e se… Pois e se em vez disso, ou talvez possa ser antes assim, ou então não.
Eu era assim complicada, triste e complexada, achava que nada corria bem, nem nada nunca iria correr. O meu lado sombrio era eu própria, e não havia outro lado sem ser sombrio. Um dia decidi, era hoje, e afinal não foi, não tive coragem. Outro dia foi, num outro dia, enchi-me de coragem, fui ao quarto dos meus pais, abri o guarda-fatos, subi a prateleira, e tirei de lá a arma que o meu pai escondia. Estava mesmo decidida a não ser mais infeliz, não dar mais trabalho a ninguém. Peguei nela, encostei na cabeça e matei-me. Pois, nem a arma estava carregada, nem tão pouco era verdadeira. Mais envergonhada do que assustada, saí dali a correr. Não deixei sequer uma carta, não dei uma justificação, ate porque ela não existia. Apanhei a primeira caixa de medicamentos que encontrei e meti-os a todos na boca, mastiguei tudo apesar do horrível sabor, desta vez era mesmo o fim, não quis mais pensar. Começaram as náuseas e quis desistir, liguei para o meu pai, liguei para a minha mãe, chorava muito quando a ambulância chegou e depressa me levou para o hospital.
Infelizmente, depois de desistir, o resultado não foi o esperado, nem para lá caminha, no meio disto tudo, sem eu perceber nada, o meu corpo morreu, mas eu estou cá, a minha cabeça está cá, fechada dentro deste corpo morto e sem poder dizer o que quer que seja. O mal dos meus males, duplicou, triplicou e multiplicou por tudo o que de mal havia comigo. Não procurei ajuda, não quis ajuda, não quis ajuda nem nunca contei a ninguém, agora, não posso nunca mais contar. Não posso nunca mais, chorar, não posso nunca mais, não gostar do mundo, que afinal ate gostava mais de mim que eu dele. Agora, a minha agonia será o meu pagamento por ter querido deitar fora, a maior bênção que algum dia recebi. Aquela que recebemos todos, mas alguns de nós só vêm um fardo no seu lugar.

A vida já é curta demais para ser assim desperdiçada, é dura e difícil por vezes,mas só nós podemos mudar isso. Vida só há uma, eu deitei a minha fora e tenho de vegetar numa cama, agora, ate ao final dos meus dias, trocava tudo, dava tudo, para poder voltar atrás.»

2 comentários:

  1. as vezes bater com a cabeça ate faz bem.
    Força minha querida.
    Amei o texto. :$
    Mas nao acabes com a tua vida!

    Mas sabes , hoje as pessoas nao respeitam nada nem ng -.-'
    é tudo uma cambada de ignorantes -.-'
    Beijinhos.

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