26.5.11

Olhando para trás.

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"Agora olho para trás e percebo que andavas por aí, mas como és discreto e sossegado nunca te consegui ver, mesmo quando me vias por todo o lado. Não sei como não desisti, mas a verdade é que nunca deixei de sonhar, nunca deixei de acreditar que a vida me podia dar o que quero e mereço e se calhar é por isso que as pessoas confiam em mim quando lhes vendo os meus sonhos em folhas cheias de histórias e de desejos.
Não me apetece desistir, deixar de acreditar, voltar atrás e ter de esquecer o que foi importante, quando tu me disseste, desta vez com palavras, que estavas igual a mim, um bocado farto da solidão povoada, de acordar e fingir que está tudo bem, que é só mais um dia para à noite mergulhares no casulo ao lado onde ninguém te via e tu não vias ninguém. A vida ensinou-me poucas coisas e com o passar dos anos só aprendi que tudo se desaprende e tudo muda, por isso confio mais em mim do que nos outros e sei que o apego é como uma droga leve, que vai tomando conta de nós todos os dias mais um bocadinho, mas se tudo correr bem, o medo acabará por se ir embora e poderei enfim descansar mesmo durante a viagem, desde que estejas por perto, dessa forma tão sábia e subtil que tu conheces..."
Margarida Rebelo Pinto

8 comentários:

cada pessoa tem a sua opinião, dá a tua.