22.3.10

despedida

«Paro quando chego perto de ti e envolvo-te nos meus braços. Anseio por este momento, mais do que qualquer outro. É a razão da minha vida, e quando me retribuis o meu abraço, eu entrego-me a esse momento, em paz mais uma vez. Levanto a minha mão e toco suavemente a tua face e tu inclinas a cabeça e fechas os olhos, interrogo-me durante um momento se vais afastar-te, mas claro que não o fazes. Nunca o fizeste, e é em alturas como esta que eu sei qual é o meu objectivo na vida. Estou aqui para te amar, para te segurar nos meus braços, para te proteger. Estou aqui para aprender contigo e receber o teu amor em troca. Estou aqui porque não existe outro sítio onde possa estar. Mas depois como sempre, a neblina começa a formar-se enquanto permanecemos juntos um do outro. É um nevoeiro distante que nasce no horizonte, e descubro que começo a ficar com medo à medida que ele se aproxima. Ele insinua-se lentamente, envolvendo o mundo à nossa volta, cercando-nos como que para evitar que fujamos. Como uma nuvem rolante cobre tudo, fechando, até mais nada restar senão nós os dois.
Sinto a minha garganta a começar a fechar-se, e os meus olhos a encherem-se de lágrimas porque são horas de partires. O olhar que me lanças naquele momento persegue-me. Sinto a tua tristeza e a minha própria solidão, e a dor do meu coração, que permanecera silenciosa só por um pequeno intervalo de tempo, torna-se mais forte quando tu me soltas. E então estendes os braços e dás uns passos para trás, desaparecendo no nevoeiro. Anseio por ir contigo, mas a tua única resposta é abanares a cabeça porque ambos sabemos que é impossível. E eu assisto com o coração a partir-se enquanto desapareces lentamente. Mas depressa, sempre demasiado depressa a tua imagem desaparece e o nevoeiro recua para o seu lugar longínquo e eu fico sozinho, baixo a cabeça e choro, choro e choro

«Amanhã quero ter este segundo presente guardado na memória , não como mais um momento que passou, mas como mais um momento que vivi...»


3 comentários:

  1. É certo que dificuldade não implica possibilidade, mas quando tudo está tão ofusco aos nossos olhos, quando o sol parece estar longe do nosso céu, é muito complicado acreditarmos num amanhã melhor, sem amor morto dentro do peito.


    beijinhooos

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  2. Estive mais longe dessa tal felicidade. Mas, por incrivel que pareça, quando penso que a minha vida está a mudar, tudo retorna à estaca zero. As memórias voltam, os encontros inesperados dão-se e isso não é nada saudável para um coração em cura.

    beijinhos

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cada pessoa tem a sua opinião, dá a tua.